quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Glucagon


   Glucagon é um hormônio peptídico, com 29 aminoácidos, sintetizado pelas células alfa do pâncreas. É secretado quando a glicose atinge níveis baixos, exercendo um papel hiperglicemiante. O glucagon promove o aumento da glicemia estimulando as vias de exportação de glicose, como a glicogenólise e a gliconeogênese no fígado e inibindo as vias que consomem glicose como glicogênese e glicólise. Com exceção da gliconeogênese, as vias estimuladas pelo glucagon são degradativas. No metabolismo dos lipídeos, o glucagon estimula a lipólise e inibe a lipogênese. Além disso, estimula a cetogênese. No metabolismo das proteínas, esse hormônio aumenta a absorção de aminoácidos pelo fígado para que sejam utilizados na gliconeogênese.

   Ao atingir as células-alvo, o glucagon acopla-se a seu receptor, desencadeando uma reação em cascata. O receptor de glucagon, presente na membrana plasmática, encontra-se ligado à proteína G. Essa proteína é um heterotrímero composta das subunidades alfa, beta e gama. Quando o receptor é ativado pelo glucagon, a proteína G apresenta uma modificação conformacional, de forma que o GDP acoplado à subunidade alfa é trocado  por uma molécula de GTP e a subunidade alfa desloca-se na membrana plasmática até encontrar a enzima transmembrana adenilato ciclase. A adenilatociclase transforma o ATP em AMPc, o segundo mensageiro. O AMPc ativa a proteína kinase A (PKA), que desencadeia uma reação em cadeia de fosforilação. Na glicogenólise, a glicogênio fosforilase é fosforilada, tornando-se ativa e catalisando a reação de degradação do glicogênio em glicose 1-fosfato.
A secreção de glucagon é estimulada na hipoglicemia e pelos hormônios espinefrina e colecistoquinina, além dos aminoácidos alanina e arginina e o neurotransmissor acetilcolina. Sua secreção é inibida pela somatostatina, insulina, ácidos graxos e concentração elevada de uréia.



   No diabetes tipo1, caracterizado por limitada ou ausente produção de insulina pelas células beta e por cetoacidose, os níveis de glucagon estão em elevadas concentrações. Após o tratamento com insulina, os níveis de glucagon são reduzidos drasticamente, indicando o papel da insulina na regulação do glucagon.

Referências:
en.wikipedia.org/glucagon
MARZOCCO, Anita. TORRES, Bayardo B. Bioquímica Básica. Ed 3a. P. 271
Blog de bioquímica da obesidade. bioquímica-obesidade.blogspot.com
D. A. PERRY-KEENE, F. P. ALFORD, D. J. CHISHOLM, D. M. FINDLAY, R. G. LARKINS, F. I. R. MARTIN. Glucagon and diabetes. In Wiley online library

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Termogênese

Termogênese é capacidade de equilibrar a temperatura interna do corpo com a do meio ambiente.
Esse processo é parte do mecanismo da termorregulação, que permite a certos seres vivos gastarem energia para produzir dispersar calor de acordo com as mudanças no meio externo ou com as necessidades internas. A termogênese está estritamente associada ao metabolismoA termogênese é ativada por alguns mecanismos diferentes, incluindo suplementos, nutrição, exercícios e exposição ao frio. Algumas fontes energéticas são menos disponíveis que outras, e assim requerem mais esforço para serem utilizadas pelo organismo. É importante notar que este efeito somente se aplica a nível macronutricional. Essa capacidade de termorregulação provém essencialmente do tecido adiposo marrom, discutido anteriormente em outros posts desse blog.
Todas as células e tecidos do nosso corpo acabam gerando calor no processo de utilizar a energia disponível para seu funcionamento normal. Se o dia estiver quente, por exemplo, a pessoa transpira eperde calor para manter sua temperatura em 36ºC. Se estiver frio, por outro lado, a transpiração diminuie os pelos se eriçam. Nesse caso, a pessoa pode sentir tremores, o que indica que está queimando energia para elevar a temperatura de volta ao normal. Tudo isso é o efeito da termogênese associada ao metabolismo.

Existem dois tipos

O primeiro deles é obrigatório, ou seja, o gasto do nosso metabolismo em repouso, responsável pelosprocessos fisiológicos como digestãorespiração, etc. Já a termogênese facultativa acontece com nossas atividades diárias e também com alimentação adaptação mudanças de temperatura ambiente. Delas, a atividade física é a que queima mais energia (até 40% do total).

Alimentos termogênicos

Termogênese alimentar é a energia que consumimos para processar e digerir os alimentos. Se uma pessoa consome ingredientes hipercalóricos, notará que transpirou após a refeição, porque o organismo procura eliminar, sob a forma de calor, a energia que está sendo armazenada sob a forma de gordura. Mas existem alguns alimentos, chamados termogênicos, que tornam o processo da digestão mais lento, como as fibras, ou que aumentam a queima de calorias, como o café.
A quantidade de calorias ingeridas é monitorada pela corrente sanguínea por uma região do cérebro chamada hipotálamo. Se as calorias forem excessivas, o hipotálamo emite sinais químicos para que o excesso seja queimado. Isso acontece porque o tecido adiposo produz leptina. Quando a produção é pequena, o hipotálamo é orientado a aumentar a sensação de fome e reduzir o gasto de calorias. Quando há muita leptina circulante no sangue, o hipotálamo produz sensação de saciedade e aumenta o gasto energético. O principal tecido onde ocorre esse tipo de termogênese é o músculo esquelético, que constitui 40% do tecido muscular do nosso corpo.

Controle do peso corporal
As pesquisas vêm demonstrando que o aumento moderado da ingestão de proteínas pode ser uma maneira efetiva e prática de controlar o peso, e as proteínas animais demonstraram ter maior efeito positivo na perda de peso que a proteína vegetal. A proteína é mais termogênica que outros nutrientes, significando que consome mais calorias para seu organismo metabolizá-la. Além disso, a proteína geralmente aumenta a sensação de saciedade mais que carboidratos e gorduras e ajuda a manter a massa magra muscular.
A proteína não somente mantém a sensação de saciedade por mais tempo, mas também incrementa a termogênese corporal. Cotando os nutrientes alimentares individualmente, a termogênese quebra 3% das gorduras, 10% dos carboidratos e 30% das proteínas. Na verdade, somente o álcool aumenta a termogênese mais que as proteínas.
A proteína é praticamente impossível de ser evitada, mesmo que a pessoa queira. É encontrada em numerosas fontes alimentares, incluindo fontes animais e vegetais. São criadas pelo organismo humano em pouca quantidade, e se o organismo não obtiver as proteínas necessárias, irá procurar em outro nutriente, e geralmente levando ao ganho de peso.
Referências:



Disposição Anatômica do tecido adiposo em Obesos

 Em obesos, está bem estabelecido que o padrão de distribuição de gordura corporal pode estabelecer um prognóstico de risco para a saúde mais fidedigno que o próprio grau de obesidade. No tipo central, superior ou andróide de distribuição de tecido adiposo, mais comum em homens, a gordura está distribuída preferencialmente no tronco, com deposição aumentada em região intra-abdominal visceral. No tipo periférico, inferior ou ginóide, a gordura mais tipicamente acumula-se na região dos quadris, nádegas e coxas, ou seja, um padrão mais feminino de distribuição. Assim, indivíduos com circunferência abdominal (medida no maior perímetro entre a última costela e a crista ilíaca) elevada apresentam aumento de tecido adiposo visceral, intimamente ligado a risco cardiovascular e à síndrome metabólica.
As populações, porém, diferem em relação ao nível de risco associado com uma circunferência abdominal em particular, de modo que não é possível desenvolver pontos de corte globalmente aplicáveis, embora a maioria dos estudos epidemiológicos em populações ocidentais situem o nível de risco entre 90 e 100 cm. A título de exemplo, a associação entre adiposidade abdominal e fatores de risco cardiovascular e diabetes mellitus tipo 2 é menos acentuada em mulheres negras quando comparadas a mulheres brancas americanas, enquanto que descendentes de algumas populações hindus e paquistanesas, vivendo em sociedades urbanas modernas, apresentam uma prevalência maior das complicações da obesidade quando comparados com outros grupos étnicos, apesar de um perímetro abdominal menor. Finalmente, mulheres apresentam um risco relativo de doença coronariana com medidas menores de circunferência abdominal. É necessário, portanto, desenvolver pontos de corte da circunferência abdominal específicos para cada sexo e apropriados a cada população.

São dois os tipos de obesidade de acordo com os tipos morfológicos de distribuição do tecido adiposo:

Obesidade ginóide: caracterizada pela deposição de tecido adiposo na metade inferior do corpo à volta da região glútea e pélvica, isto é, nas coxas e nas nádegas. É característica da obesidade do sexo feminino, e reflecte o efeito dos estrogénios. Esta obesidade não parece estar relacionada com as complicações metabólicas.
 
Obesidade andróide ou visceral: em que a gordura se acumula principalmente na metade superior do corpo, principalmente no abdómen, associando-se a um aumento de tecido adiposo intra-abdominal ou visceral (gordura envolvendo as vísceras).
Referências:

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Insulina


A insulina é um hormônio proteico formado por 51 aminoácidos em duas cadeias polipeptídicas, α e β, ligadas por ponte dissulfeto. É secretada pelas células β do pâncreas, em resposta à hiperglicemia.
A insulina é produzida inicialmente como preproinsulina, uma cadeia polipeptídica única, na qual as cadeias α e β estão ligadas pelo peptídeo de conexão (peptídeo c). Após ser clivado por endoproteases, o precursor do hormônio transforma-se na forma ativa da insulina.

Produção de insulina nas células β do pâncreas a partir da sensibilização por glicose
                A glicose é o principal secretagogo da insulina. Quando em níveis elevados, o que ocorre, por exemplo, após a alimentação, a glicose estimula as células beta do pâncreas a secretarem insulina. A insulina, por sua vez, desempenha papéis fundamentais nos metabolismos dos carboidratos, lipídios e proteínas, sendo seu efeito mais conhecido o aumento da absorção de glicose nos tecidos periféricos, o que diminue a glicemia.
                Para estimular a célula beta a secretar insulina, a glicose deve adentrar nessas células pancreáticas e através de uma sequência de reações e modificações no citoplasma culminar finalmente com a exocitose da insulina. Esses mecanismos são explicitados abaixo.
                Em período pós-prandial, quando a glicose plasmática está elevada, este substrato energético é transportado para o interior das células β pelo GLUT 2. O GLUT2 é um transportador de Km elevado, apresentando velocidade máxima de transporte em concentrações altas de glicose, o que é coincidente com o período após a alimentação.
                Após a glicose ser transportada nas células β, ela é fosforilada a glicose 6-fosfato por ação de duas isoenzimas, a hexoquinase I (glicoquinase) e a hexoquinase IV. Esse processo garante que a glicose recém-adquirida não saia da célula. Após fosforilada, a principal rota seguida pela glicose 6-fosfato é a glicólise e o ciclo de Krebs. Nessa oxidação da glicose, são produzidos os substratos NADH, FADH2 e, principalmente após a cadeia transportadora de elétrons, ATP. Com isso, há uma superprodução de ATP nas células beta, de forma que a razão ATP/ADP no citosol aumente. O aumento da razão ATP/ADP é um estímulo para o fechamento dos canais de K+ e abertura dos canais de Na+, o que causa uma despolarização da membrana plasmática e o desencadeamento do processo exocitótico. Com as modificações no citoplasma, os grânulos de secreção de insulina são direcionados até as proximidades da membrana e fundem-se para secretar a insulina na corrente sanguínea.
AÇÃO DA INSULINA
                A insulina plasmática acopla-se a seu receptor na membrana das células. O receptor da insulina apresenta duas subunidades α e duas subunidades β, unidas por ligações de dissulfeto. Nas subunidades beta, estão ligados resíduos de tirosina. Quando a insulina encaixa no receptor, este se autofosforila, passando a exercer atividade tirosina quinase, que por sua vez, fosforila outras proteínas, em uma cascata de reações.
                A cascata de reações intracelulares vai mediar os efeitos da insulina. No metabolismo dos carboidratos, a insulina promove o aumento da absorção de glicose, principalmente nos miócitos e hepatócitos, e aumenta a taxa de glicólise. Estimula a síntese de glicogênio (glicogênese) e inibe a sua degradação (glicogenólise). Suprime a gliconeogênese. No metabolismo dos lipídeos, a insulina diminui a lipólise no tecido adiposo; estimula a esterificação de ácidos graxos e glicerol a triglicerídeos; inibe a β-oxidação no fígado. No metabolismo das proteínas, aumenta a absorção de aminoácidos nos tecidos; estimula a síntese de proteínas e inibe a degradação de proteínas.
                O complexo insulina-receptor são endocitados e depois degradados, de forma que o aumento na concentração de insulina provoca uma diminuição no número de receptores.
RESISTÊNCIA À INSULINA E OBESIDADE
                Resistência à insulina é a inabilidade da insulina em promover seus inúmeros efeitos com a concentração normal de insulina secretada pelas células beta. Dessa forma, em uma resposta compensatória, a insulina passa a ser secretada em concentrações mais elevadas (hiperinsulinemia).
                A resistência à insulina apresenta fatores genéticos e adquiridos, incluindo a obesidade. Pode ser decorrente de uma danificação em grande número de receptores, da diminuição do número deles, ou por problemas nas primeiras respostas à insulina, dentro da cascata de reações.
   A maior propensão de indivíduos obesos desenvolverem resistência à insulina está correlacionada com diversas abnormalidades, como a diminuição da adiponectina e níveis elevados de TNF-alfa (fator de necrose tumoral), cujas taxas nos obesos diminuem a sensibilidade à insulina e aumentam portanto a resistência à insulina. Inúmeros outros fatores estão relacionados ao desenvolvimento de resistência à insulina, como por exemplo, níveis elevados de ácidos graxos e frutose no plasma, dentre outros.

                                                                     Por Débora Saraiva

 Referências:
Esther P. Haber,Rui Curi, Carla R.O. Carvalho, Angelo R. Carpinelli. Secreção da insulina: Efeito autócrino da insulina e modulação por ácidos graxos. Scielo
en.wikipedia.org



Tecido Adiposo em Obesos

 A obesidade atingiu proporções epidêmicas, tanto em países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento, estando associada a taxas elevadas de mortalidade. Mais de 1 bilhão de adultos em todo o mundo apresentam sobrepeso e no mínimo 300 milhões de pessoas são obesas. A obesidade é uma doença crônica crescente que afeta indivíduos de todas as idades e grupos socioeconômicos. Possui causa multifatorial, dentre elas estão a genética, o desequilíbrio entre ingestão alimentar e gasto energético por meio de atividade física, os fatores endócrinos, os mecanismos adaptativos associados a desordens e os tratamentos nutricionais, farmacológicos e comportamentais, podendo esses fatores atuar de forma isolada ou concomitantemente.
    Segundo dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003 do IBGE, no Brasil, o excesso de peso atinge 38,8 milhões de brasileiros com idade igual ou superior a 20 anos, representando 40,6% da população adulta, dos quais 10,5 milhões são considerados obesos.
    Até relativamente pouco tempo, o papel da gordura em si no desenvolvimento da obesidade e suas conseqüências foi considerado passivo. O tecido adiposo, por muitos anos, foi visto somente como local de reserva energética, protetor contra choques e isolante térmico. Entretanto, após a descoberta de inúmeras substâncias secretadas pelos adipócitos, dentre elas hormônios e citocinas, esse tecido passou a ser visto como órgão dinâmico e suas funções inflamatória e endócrina foram evidenciadas.
      A obesidade é caracterizada como estado de inflamação crônica de baixa intensidade. A inflamação responde de forma diretamente proporcional ao aumento da adiposidade corporal. Ou seja, a maior infiltração de macrófagos em proporção ao aumento do tamanho dos adipócitos, pode aumentar a produção de citocinas pró-inflamatórias e proteínas de fase aguda, dentre elas a MCP-1 (proteína quimiotática de monócitos-1), já que tanto os adipócitos hipertrofiados quanto os macrófagos são capazes de secretar tais citocinas e, assim, contribuir com as conseqüências fisiopatosiológicas da obesidade. Ou seja, existe também no tecido adiposo um aumento na produção de substâncias responsáveis por um processo inflamatório intenso e permanente que pode aumentar a produção de placas da aterosclerose e portanto aumentar o risco de infarto e derrames entre outras coisas.

Deixo aqui um vídeo falando de forma sucinta os problemas da obesidade:



Referências:
http://www.efdeportes.com/efd150/tecido-adiposo-como-regulador-da-obesidade.htm
vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=bu_M2fSvhUM

CIRURGIA BARIÁTRICA





A cirurgia bariátrica, também conhecida como cirurgia da obesidade ou ainda cirurgia de redução do estômago, surgiu em 1954 e foi, pioneiramente, realizada por Kremen e Liner. Nessa ocasião, o procedimento foi feito com o intuito de promover a redução de peso e foi utilizado o by-pass (desvio) do intestino. Tal cirurgia é indicada para pacientes obesos com IMC superior a quarenta- obesidade grau três- ou maior que trinta e cinco se houver patologias como pressão alta ou diabetes associados. Salvo alguns casos, a idade recomendada está entre 18 e 65 anos. Além disso, é necessário que o paciente demonstre histórico com dificuldade de perda de peso ou reincidência no seu ganho apesar do uso de medicamentos, reeducação alimentar e prática de atividades físicas.


Há três tipos de cirurgias:
1) Cirurgias disabsortivas
Ocorre a redução da capacidade de absorção do intestino delgado. A mais conhecida é a operação de Scopinaro
2)Cirurgias gastrorrestritivas
Promove-se a diminuição do tamanho do estômago. Assim, o paciente comerá menos alimentos sólidos e pastosos inicialmente.
3) Cirurgias Mistas
Há a mescla entre as cirurgias supracitadas, ou seja, há tanto restrição e desvio do intestino quanto uma discreta má absorção de alimentos.  A técnica mais conhecida é a do by-pass gástrico com anel.


Principais Técnicas Cirúrgicas:

-Bypass Gástrico, Grampeamento Gástrico ou Gastroplastia Redutora


Também conhecida como cirurgia de Fobi-Capella, é um processo cirúrgico que reduz drasticamente o tamanho e volume do estômago. Baseia-se na redução do estômago através do seu grampeamento. O estômago é dividido em duas partes: uma menor (30ml) que será por onde o alimento irá transitar e outra maior que ficará isolada. Este pequeno estômago é então ligado ao intestino para que o alimento possa seguir seu curso natural. O bypass gástrico é a técnica bariátrica mais praticada no Brasil, correspondendo a 75% das cirurgias realizadas, devido a sua segurança e, principalmente, sua eficácia. O paciente submetido à cirurgia perde de 40% a 45% do peso inicial.

-Banda Gástrica

É instalada uma cinta, que pode ser uma prótese de silicone, ao redor do estômago e ela pode ser ajustada. Tal cinta reduz a passagem do alimento pelo estômago, transformando-o em uma ampulheta. As refeições terão quer ser feitas em menor quantidade, pois o paciente tem a sensação de estar saciado mais cedo. .Esse procedimento é realizado por Videolaparoscopia (câmera) que por ser uma técnica menos invasiva oferece menos riscos, é reversível e apresenta baixo índice de complicações.

-Gastrectomia Vertical / Gastric Sleeve

O estômago do paciente obeso é grampeado em forma de tubo que vai do esôfago ate o duodeno. Assim se reduz o estômago em até 80% do seu tamanho .O novo estômago fica com 150 a 250 ml e com a forma parecida com a de um tubo gástrico.ou seja, o estômago é transformado em um tubo.É um procedimento realizado por Videolaparoscopia (câmera) e é irreversível.


-Balão Gástrico

Trata-se de um procedimento não cirúrgico, realizado por endoscopia para o implante de prótese de silicone, visando diminuir a capacidade gástrica e provocar saciedade


-Duodenal Switch
há a retirada de, aproximadamente,  85% do estômago. o procedimento é realizado na curvatura maior do estômago.


PRÉ-OPERATÓRIO E PÓS-OPERATÓRIO


O pré-operatório demanda acompanhamento de diversos profissionais da saúde, tais como médico, psicólogo e nutricionista. É necessário preparar o paciente tanto fisica como emocionalmente. além disso, é necessário a realização de alguns exames, são eles: endoscopia digestiva, ultrassom abdominal e exames laboratoriais.
No pós-operatório, é essencial o acompanhamento sistêmico do paciente por esses profissionais supracitados. Afinal, deve-se acompanhar não só a qualidade da alimentação do indivíduo, como também deve-se assistir a sua adequação emocional a essa mudança de vida.


Por Gabriella Riccardi

REFERÊNCIAS:
http://www.cirurgiabariatrica.com.br/

GLP-1

   GLP-1 (glucagon-like peptide-1) é um hormônio intestinal secretado pelas células endócrinas L. É liberado após estimulação por secretagogos que consistem nos nutrientes derivados de carboidratos, proteínas e lipídeos. Quando secretado na corrente sanguínea, tem um tempo de meia-vida menor que 2 minutos, sendo rapidamente degradado pela enzima dipeptydil peptidade-4 (DPP-4).
   O GLP-1 tem ação antihiperglicemiante, sendo uma incretina. Essa última consiste em substâncias que intensificam a secreção de insulina nas células beta do pâncreas, tornando-as mais sensíveis ao efeito secretagogo da glicose. Outro exemplo de incretina é o GIP (gastric inhibitory polipeptide), um polipeptídeo insulinotrópico glicose-dependente.
    A glicose é o principal secretagogo da insulina. O GLP-1, portanto, atua aumentando a secreção de insulina a partir do estímulo provocado pela glicose. Esse efeito pode-se dar a partir do aumento de GLUT2 na membrana plasmática das células beta, o que aumenta o influxo de glicose para o interior dessas células ou pelo aumento da atividade da glicoquinase.
   Outras funções do GLP-1 consistem na:

  •  diminuição da secreção de glucagon pelas céluas alfa;
  •  aumento da sensibilidade à insulina nas células alfa e beta;
  •  diminui a apoptose e estimula a proliferação e diferenciação de células beta das ilhotas de Langerhans;
  •  diminui a secreção de ácido clorídrico e o esvaziamento do estômago, aumentando com isso o tempo de absorção dos nutrientes no intestino;
  •  promove a saciedade, diminuindo a ingestão alimentar.
   Há cerca de 40 anos, foi descoberto que a injeção de glicose via intravenosa só provocava um aumento na secreção de insulina correspondente a cerca de 30 a 40% do alcançado com a ingestão de glicose (via oral), embora tenha sido administrada a mesma quantidade de glicose nas duas vias. Esse achado intrigante revelou que algo relacionado aos mecanismos alimentares provocavam maior aumento da secreção de insulina. Em estudos posteriores, descobriu-se que esse efeito era devido em parte à secreção do hormônio GLP-1, liberado após a alimentação.
   Descoberto esse efeito insulinotrópico e, portanto, antihiperglicemiante das incretinas, novas terapias baseadas nesses efeitos têm sido propostas para o diabetes tipo 2, que apresenta como um de seus complicadores, uma reduzida expressão desses hormonios. A administração de miméticos de incretinas e inibidores da enzima DPP-4 segue esse rumo e apresenta-se como uma terapia bastante promissora.
   



                                                                                                                   Por Débora Saraiva

Referências:
en.wikipedia.org/GLP-1
Mark W. Stolar, Michael Grimm, Steve Chen. Comparision of extended release GLP-1 receptor agonist therapy versus sitagliptin in the management of tipe 2 of diabetes. In PubMed
Claudia Bayón, Mercedes Araceli Barriga, León Litwak. Incretinas, Incretinomiméticos, Inhibidores de DPP-IV - 1er parte.Revista argentina de endocrinología y metabolismo. In Scielo