Os açúcares
fazem parte de um grande grupo de nutrientes energéticos - os carboidratos - e,
em geral, eles possuem um sabor adocicado. Os açúcares mais comuns na
alimentação humana são sacarose, frutose, glicose e, em menor quantidade, a
galactose, que, juntamente com a glicose, forma o açúcar do leite: a lactose. A
oxidação desses açúcares é a principal via metabólica fornecedora de energia
para os organismos não-fotossintéticos.
A maioria dos
açúcares são monossacarídeos (açúcares simples) ou dissacarídeos, ou seja, a
união de dois açúcares simples pode formar açúcares mais complexos. Um exemplo,
além da lactose, é a sacarose (açúcar da cana), que é a união de uma glicose a
uma frutose. A união entre esses monossacarídeos ocorre por desidratação e a
ligação é denominada glicosídica.
Primeiramente,
descreverei os monossacarídeos, também denominados açúcares simples. Sua
fórmula estrutural é, costumeiramente, Cn(H2O)n,
2 < n <8, sendo divididos em trioses (n=3), tetroses (n=4), pentoses
(n=5), hexoses (n=6) ou heptoses (n=7).
De uma forma geral, os açúcares simples contêm em sua estrutura química carbonos assimétricos, ou seja, carbonos saturados com quatro ligantes diferentes. Isso acarreta na formação de dois isômeros - D ou L, por convenção - que desviam o plano da luz polarizada para lados diferentes. A maioria dos monocarboidratos que estão presentes em mamíferos pertencem à configuração D, sendo as enzimas responsáveis pelo metabolismo desses carboidratos específicas para essa configuração. Carboidratos que apresentam a configuração diferente em apenas um carbono são denominados epímeros.
Além dessa classificação em D ou em
L-carboidratos, os monossacarídeos também são classificados em aldoses ou
cetoses dependendo da presença de um ou outro desses grupamentos (aldeído ou
cetona, respectivamente).
Os
dissacarídeos (como a lactose e a sacarose) são constituídos por dois
monossacarídeos unidos covalentemente entre si por uma ligação glicosídica a qual é formada quando um grupo hidroxil de
uma molécula de açúcar reage com o átomo de carbono anomérico de outra molécula
de açúcar. Essa reação ocorre por desidratação.
O açúcar e a obesidade
Um estudo de dezembro
de 2012 publicado na British Medical Journey afirmou que há uma correlação
entre a obesidade e o consumo de açúcar individual. Esse consumo de açúcar
promove diversos malefícios se feito frequentemente e de maneira indiscriminada
com relação à quantidade. Um deles é a hiperglicemia sanguínea contínua, que
faz que o pâncreas permaneça produzindo insulina continuamente. Como resultado,
o indivíduo pode desenvolver resistência a esse hormônio e levar à falência das
células beta as ilhotas de Langerhans do pâncreas, aumentando sua predisposição
ao desenvolvimento de diabetes tipo II (insulinoindependente).
Algo muito
interessante de se levar em consideração é que os açúcares, em especial a
frutose, agem diretamente no hipotálamo, uma região do sistema nervoso central
que atua no controle da fome. O açúcar dificulta esse controle da fome e, dessa
forma, o indivíduo irá comer mais e suas chances de desenvolver obesidade
aumentam.
Um estudo que
compara a queda do nível de glicose em pessoas obesas e não obesas por meio de
ressonância magnética mostrou que, no primeiro grupo, o impulso para comer
doces e lanches calóricos é especialmente forte em comparação ao segundo grupo.
Além disso, a vontade dos obesos de se alimentarem continuava mesmo depois de
eles já o terem feito, diferentemente das pessoas de peso normal, cujo desejo
desaparecia após a alimentação. Isso tudo pode indicar que, em obesos, o
mecanismo de restrição associado à glicose, por exemplo, foi perdido,
explicando porquê essas pessoas sentem vontade de comer pouco depois da última
refeição.
Por esses e
outros motivos, a regulação no consumo de açúcares é importante para a o
crescimento saudável do indivíduo. Caso isso não ocorra, há a possibilidade de
desenvolvimento de várias doenças. Ao longo do nosso blog, falaremos mais da
relação entre açúcar e obesidade e da própria obesidade em si.
Referências:
Livro Lehninger Princípios de Bioquímica; Editora Sarvier; 3 Edição; agosto de 2002.
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