Em obesos, está bem estabelecido que o padrão de distribuição de gordura corporal pode estabelecer um prognóstico de risco para a saúde mais fidedigno que o próprio grau de obesidade. No tipo central, superior ou andróide de distribuição de tecido adiposo, mais comum em homens, a gordura está distribuída preferencialmente no tronco, com deposição aumentada em região intra-abdominal visceral. No tipo periférico, inferior ou ginóide, a gordura mais tipicamente acumula-se na região dos quadris, nádegas e coxas, ou seja, um padrão mais feminino de distribuição. Assim, indivíduos com circunferência abdominal (medida no maior perímetro entre a última costela e a crista ilíaca) elevada apresentam aumento de tecido adiposo visceral, intimamente ligado a risco cardiovascular e à síndrome metabólica.
As populações, porém, diferem em relação ao nível de risco associado com uma circunferência abdominal em particular, de modo que não é possível desenvolver pontos de corte globalmente aplicáveis, embora a maioria dos estudos epidemiológicos em populações ocidentais situem o nível de risco entre 90 e 100 cm. A título de exemplo, a associação entre adiposidade abdominal e fatores de risco cardiovascular e diabetes mellitus tipo 2 é menos acentuada em mulheres negras quando comparadas a mulheres brancas americanas, enquanto que descendentes de algumas populações hindus e paquistanesas, vivendo em sociedades urbanas modernas, apresentam uma prevalência maior das complicações da obesidade quando comparados com outros grupos étnicos, apesar de um perímetro abdominal menor. Finalmente, mulheres apresentam um risco relativo de doença coronariana com medidas menores de circunferência abdominal. É necessário, portanto, desenvolver pontos de corte da circunferência abdominal específicos para cada sexo e apropriados a cada população.
São dois os tipos de obesidade de acordo com os tipos morfológicos de distribuição do tecido adiposo:
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Obesidade ginóide: caracterizada pela deposição de tecido adiposo na metade inferior do corpo à volta da região glútea e pélvica, isto é, nas coxas e nas nádegas. É característica da obesidade do sexo feminino, e reflecte o efeito dos estrogénios. Esta obesidade não parece estar relacionada com as complicações metabólicas.
Obesidade andróide ou visceral: em que a gordura se acumula principalmente na metade superior do corpo, principalmente no abdómen, associando-se a um aumento de tecido adiposo intra-abdominal ou visceral (gordura envolvendo as vísceras).
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Referências:
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