GLP-1 (glucagon-like peptide-1) é um hormônio intestinal secretado pelas células endócrinas L. É liberado após estimulação por secretagogos que consistem nos nutrientes derivados de carboidratos, proteínas e lipídeos. Quando secretado na corrente sanguínea, tem um tempo de meia-vida menor que 2 minutos, sendo rapidamente degradado pela enzima dipeptydil peptidade-4 (DPP-4).
O GLP-1 tem ação antihiperglicemiante, sendo uma incretina. Essa última consiste em substâncias que intensificam a secreção de insulina nas células beta do pâncreas, tornando-as mais sensíveis ao efeito secretagogo da glicose. Outro exemplo de incretina é o GIP (gastric inhibitory polipeptide), um polipeptídeo insulinotrópico glicose-dependente.
A glicose é o principal secretagogo da insulina. O GLP-1, portanto, atua aumentando a secreção de insulina a partir do estímulo provocado pela glicose. Esse efeito pode-se dar a partir do aumento de GLUT2 na membrana plasmática das células beta, o que aumenta o influxo de glicose para o interior dessas células ou pelo aumento da atividade da glicoquinase.
Outras funções do GLP-1 consistem na:
- diminuição da secreção de glucagon pelas céluas alfa;
- aumento da sensibilidade à insulina nas células alfa e beta;
- diminui a apoptose e estimula a proliferação e diferenciação de células beta das ilhotas de Langerhans;
- diminui a secreção de ácido clorídrico e o esvaziamento do estômago, aumentando com isso o tempo de absorção dos nutrientes no intestino;
- promove a saciedade, diminuindo a ingestão alimentar.
Há cerca de 40 anos, foi descoberto que a injeção de glicose via intravenosa só provocava um aumento na secreção de insulina correspondente a cerca de 30 a 40% do alcançado com a ingestão de glicose (via oral), embora tenha sido administrada a mesma quantidade de glicose nas duas vias. Esse achado intrigante revelou que algo relacionado aos mecanismos alimentares provocavam maior aumento da secreção de insulina. Em estudos posteriores, descobriu-se que esse efeito era devido em parte à secreção do hormônio GLP-1, liberado após a alimentação.
Descoberto esse efeito insulinotrópico e, portanto, antihiperglicemiante das incretinas, novas terapias baseadas nesses efeitos têm sido propostas para o diabetes tipo 2, que apresenta como um de seus complicadores, uma reduzida expressão desses hormonios. A administração de miméticos de incretinas e inibidores da enzima DPP-4 segue esse rumo e apresenta-se como uma terapia bastante promissora.
Por Débora Saraiva
Referências:
en.wikipedia.org/GLP-1
Mark W. Stolar, Michael Grimm, Steve Chen. Comparision of extended release GLP-1 receptor agonist therapy versus sitagliptin in the management of tipe 2 of diabetes. In PubMed
Claudia Bayón, Mercedes Araceli Barriga, León Litwak. Incretinas, Incretinomiméticos, Inhibidores de DPP-IV - 1er parte.Revista argentina de endocrinología y metabolismo. In Scielo
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